FILOSOFIA PATRISTICA
Patrística é o nome
dado à filosofia cristã dos primeiros sete séculos, elaborada pelos Padres ou
Pais da Igreja, os primeiros teóricos —- daí "Patrística" — e
consiste na elaboração doutrinal das verdades de fé do cristianismo e na sua
defesa contra os ataques dos pagãos e contra as heresias.
Foram os pais da Igreja responsáveis por confirmar e
defender a fé, a liturgia, a disciplina, criar os costumes e decidir os rumos
da Igreja, ao longo dos sete primeiros séculos do cristianismo. É a patrística
que, basicamente, a filosofia responsável pela elucidação progressiva dos
dogmas cristãos e pelo que se chama hoje de Tradição Católica.
Quando o clero, para defender-se de ataques polêmicos, teve
de esclarecer os próprios pressupostos, apresentou-se como a expressão
terminada da verdade que a filosofia grega havia buscado, mas não tinha sido
capaz de encontrar plenamente, enquanto a Verdade mesma não tinha ainda se
manifestado aos homens, ou seja, enquanto o próprio Deus não havia ainda
encarnado.
De um lado, se procura interpretar o cristianismo mediante
conceitos tomados da filosofia grega, do outro reporta-se ao significado que
esta última dá ao cristianismo. Os primeiros pensadores cristãos, ao mesmo
tempo em que se valeram, também se debateram com os filósofos, quer com Platão
e com Aristóteles, quer, sobretudo, com os estoicos e com os epicuristas. Sem
perder de vista os ideais da doutrina cristã, eles buscaram encontrar, frente à
filosofia e aos filósofos, o lugar apropriado da reflexão filosófica e do
pensar cristão.Predominava muito o teocentrismo
Principal defensor
Agostinho de
Hipona (em latim: Aurelius Augustinus Hipponensis), conhecido universalmente
como Santo Agostinho, foi um dos mais importantes teólogos e filósofos dos
primeiros anos do cristianismo [3] cujas obras foram muito influentes no
desenvolvimento do cristianismo e filosofia ocidental. Ele era o bispo de
Hipona, uma cidade na província romana da África. Escrevendo na era patrística,
ele é amplamente considerado como sendo o mais importante dos Padres da Igreja
no ocidente. Suas obras-primas são "A Cidade de Deus" e
"Confissões", ambas ainda muito estudadas atualmente.
De acordo com Jerônimo, seu contemporâneo, Agostinho
"re-estabeleceu a antiga fé". Em seus primeiros anos, Agostinho
foi muito influenciado pelo maniqueísmo e, logo depois, pelo neoplatonismo de
Plotino[5]. Depois de se converter ao cristianismo e aceitar o batismo (387),
Agostinho desenvolveu uma abordagem original à filosofia e teologia, acomodando
uma variedade de métodos e perspectivas de uma maneira até então desconhecida.
Acreditando que a graça de Cristo era indispensável para a liberdade humana,
ajudou a formular a doutrina do pecado original e deu contribuições seminais ao
desenvolvimento da teoria da guerra justa.
Quando o Império Romano do Ocidente começou a ruir,
Agostinho desenvolveu o conceito de "Igreja Católica" como uma
"Cidade de Deus" espiritual (na obra homônima) distinta da cidade terrena
e material de mesmo nome. "A Cidade de Deus" estava também
intimamente ligada ao segmento da Igreja que aderiu ao conceito da Trindade
como postulado pelo Concílio de Niceia e pelo Concílio de Constantinopla.
Na Igreja Católica e na Comunhão Anglicana, Agostinho é
venerado como um santo, um proeminente Doutor da Igreja e o patrono dos
agostinianos. Sua festa é celebrada no dia de sua morte, 28 de agosto. Muitos
protestantes, especialmente os calvinistas, consideram Agostinho como um dos
"pais teológicos" da Reforma Protestante por causa de suas doutrinas
sobre a salvação e graça divina.
Na Igreja Ortodoxa, algumas de suas doutrinas não são
aceitas, como a da cláusula Filioque, do pecado original e do monergismo[9].
Ainda assim, apesar destas controvérsias, é considerado também um santo, sendo
comemorado como Abençoado Santo Agostinho no dia 15 de junho. Ainda assim,
numerosos autores ortodoxos advogaram a favor de suas obras e de sua
personalidade, como Genádio II de Constantinopla e Seraphim Rose.
Fonte: Wikipédia
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