RESENHA DO LIVRO O CAPITAL DE KARL MARX
1º Parte
Marx, é um excelente
escritor no inicio o livro parece ser um pouco complicado, logo de inicio temos
o tema mercadoria, um tanto difícil, mas logo depois temos a explicação de sua
teoria sobre a mais valia, que é muito interessante.
A parte sobre a
jornada de trabalho é a mais forte e sombria da obra, pela denúncia das
jornadas de trabalho que beiravam à escravidão e da utilização do trabalho
infantil. Pelos exemplos citados, vemos a situação terrível da classe
trabalhadora na Inglaterra do século XIX.
Marx sabe usar a ironia e ser sarcástico no momento certo.
O livro contém inúmeras citações da David Ricardo, Shakespeare, Dante,
Aristóteles e, principalmente, dos livros azuis ingleses que ele cita freqüentemente.
Marx discute uma questão que poucos filósofos prestaram
atenção durante a história da filosofia: como é formado o valor da mercadoria e
do dinheiro. O filósofo alemão escreve com mão firme sobre um tema difícil, mas
apaixonante. A base do pensamento de Marx é a dialética de Hegel, e a filosofia
proposta por Marx é o materialismo histórico, que, em minha opinião, é uma
filosofia com muito pouco apelo intelectual.
Os diversos capítulos desse primeiro volume tentam
estabelecer o valor do capital e a “metafísica” das mercadorias, que como Marx
percebeu, possuem características e medidas de valores que não podem ser
explicadas apenas racionalmente. O valor do uso e de troca das mercadorias são
explicados por Marx com grande erudição. O filósofo foi muito influenciado por
antigos pensadores da Grécia e por economistas ingleses.
Aristóteles é a grande referência quando se
trata de filosofia. Marx não respeitava o idealismo platônico por ele achar que
ele se adequava mais à especulação burguesa.
Em economia, Marx gostava muito de David Ricardo, e o cita freqüentemente.
Mas a maior referência mesmo para os estudos de Marx são mesmo os livros azuis
ingleses, que são a base para o filósofo criticar a situação do capitalismo
inglês e as condições do proletariado desse país no século XIX.
Será que Marx foi convincente em sua tentativa de
compreender e explicar como funciona o mundo do capital? Essa é uma questão que
sempre provocou polêmica. Muitos acusaram Marx de ter adulterado os dados dos
livros azuis para legitimar a sua tese de que o capitalismo levava a maioria à
miséria.
O capitalismo e algumas de suas maiores falhas foram
expostos como em nenhuma outra obra como O Capital. Tudo parece muito sinistro
nas fábricas inglesas do século XIX. Homens, mulheres e crianças eram exploradas
até a exaustão. Não há dúvida de que a denúncia de Marx ajudou ao capitalismo a
se reformar e a abandonar certas práticas.
Não esperem do livro o capital a discussão sobre questões
metafísicas e de ontologia. O Capital está mais para um livro de sociologia. Para
quem realmente quer ter conhecimento de filosofia, sociologia, economia e
história, O Capital é um dos livros mais completos e apaixonantes da história.
A influência do livro foi imensa, de forma destacada na Rússia, mas também nos
partidos socialistas e de esquerda nos países do ocidente.
A pergunta principal de quem lê esse livro é saber se Marx
acreditava verdadeiramente que o capitalismo estava já em decadência, e o
socialismo pronto para ser estabelecido nos países avançados. Marx acreditava,
sim, que o capitalismo foi revolucionário por ter destruído o feudalismo e
criado uma sociedade em que o dinheiro e o trabalho se tornaram fundamentais
para definir os valores das pessoas. Sobre a questão do socialismo, quem espera
alguma definição de Marx sobre isso, ou sobre a revolução, irá se decepcionar,
pois essas coisas não são abordadas no livro.
O estilo de Marx é agradável e seguro. O tema é realmente
complexo, mas o livro é fundamental para quem é estudante de filosofia.
Realmente é um livro excelente, que mistura filosofia, política e economia.
Resenha do
site, filosofia, história e política de Felipe Pimenta.
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